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Presidente da Federasul alerta para dificuldades financeiras do governo do estado no Cacisc ao Meio-Dia
25 de Abril de 2013
Os indicadores de crescimento da última década revelam que o estado vem avançando a passos de tartaruga, muito aquém do ritmo nacional de desenvolvimento.
Os gráficos são contundentes ao mostrar a completa estagnação da economia gaúcha, alertou nesta quinta-feira, em Cachoeira do Sul, o presidente da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Federasul).
De acordo com o empresário Ricardo Russowski, 62 anos, a crise fiscal se agravou entre 2002 e 2012, período em que o estado deixou a terceira e passou a ocupar a quinta colocação entre os que mais exportam no Brasil.
Com uma dívida histórica com a União que gira ao redor de R$ 50 bilhões, o Rio Grande do Sul viu sua indústria perder força e competitividade na última década.
PALESTRA
Para representantes de associações empresariais de Cachoeira do Sul, Candelária, Rio Pardo e Santa Maria, presentes à reunião-almoço do projeto Cacisc ao Meio-dia, realizado no auditório do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), o dirigente da Federasul demonstrou que a economia gaúcha está paralisada e que arca com o peso de um déficit público nos últimos 10 anos.
Se o presente não é nada agradável, muito menos o futuro da economia gaúcha, observou Russowski, que representa uma federação que congrega 280 associações comerciais espalhadas pelo estado.
Segundo o empresário, se nada for feito, o Rio Grande do Sul chegará em 2016 com um déficit na casa dos R$ 3 bilhões. “Há muito tempo o Estado perdeu sua capacidade de investimento,” advertiu o palestrante do Cacisc ao Meio-dia.
O gráfico com a capacidade média de investimentos estados brasileiros na última década é revelador, declarou Russowski, demonstrando que o Rio Grande do Sul foi um dos estados que menos poder de investimento teve no período.
Enquanto São Paulo investiu em média 7,7% e o Paraná, 7,6%, o RS não passou dos 4,5%. “Isso é um alerta e não uma crítica,” observou o presidente da Federasul, revelando a disposição do setor comercial gaúcho de reverter a nefasta estagnação da economia do estado.
De acordo com o dirigente da entidade, medidas urgentes precisam ser adotadas, entre elas, a atração de indústrias de setores estratégicos, como o de tecnologia.
Além disso, Russowski considerou preponderante a mudança do pacto federativo e o corte dos gastos públicos, especialmente com folha de pagamento. “Nosso estado tem solução,” finalizou Russowski.
IMPORTANTE
Durante a palestra do Cacisc ao Meio-dia, a presidente da entidade organizadora do evento, a Câmara do Agronegócio, Comércio, Indústria e Serviços (Cacisc), Cecília Chaves, revelou que em breve será adotado um novo método de monitoramento das contas públicas da Prefeitura. Por orientação da Federasul, a entidade utilizará as ferramentas disponibilizadas na internet pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que firmou parceria com a federação para estimular as associações comerciais a marcarem de cima os gastos públicos nas prefeituras gaúchas. “Isso não deixa de ser mais uma forma de controle social sobre os gastos públicos,” destacou o presidente da Federasul, Ricardo Russowski.
ATENÇÃO
Antes da reunião almoço com Russowski, a Cacisc reuniu empresários da região, no salão arrozais do Sindilojas, para propor a definição de um projeto regional de desenvolvimento. A ideia foi apresentada depois que os participantes do encontro ouviram duros relatos sobre a crítica situação financeira do estado, paralisado pela falta de dinheiro e capacidade de investimento. A deputada estadual Zilá Breitenbach (PSDB) defendeu uma mobilização regional e estadual para sair do atoleiro e se propôs a aprofundar os debates para buscar alternativas para o desenvolvimento. Nos gráficos os números revelam que nos últimos 10 anos, somente em dois, em pleno Governo Yeda, o Rio Grande do Sul não registrou déficit fiscal.
PARA SABER MAIS
A receita de Russowski
Dicas do dirigente da Federasul para tirar o estado da estagnação
Setores estratégicos
A fronteira agrícola está esgotada, não há mais espaço para expansão do setor. Portanto, o estado tem que aproveitar a mão de obra qualificada que possui e investir em setores estratégicos, atraindo empresas que o transforme em polo tecnológico.
Arrecadação
O Rio Grande do Sul tem que encontrar mecanismos que ajudem a incrementar a arrecadação fiscal. Isso garantirá mais retorno aos municípios.
Pacto federativo
O pacto precisa ser revisto e isso só se conseguirá por meio da força política. Essa discussão só poderá ser deflagrada após 2015, pois o Congresso manteve até o ano que vem as bases atuais do pacto federativo. Essa revisão é fundamental para favorecer os estados endividados, como o Rio Grande do Sul que possui uma dívida com a União na ordem de R$ 50 bilhões.
Gasto com pessoal
O governo deve evitar novos gastos com pessoal. Isso vale para todos os poderes. A previdência é a que mais consome atualmente recursos públicos. Metade desse gasto é para bancar funcionários aposentados. O fundo de aposentadoria e pensão seria uma solução para esse problema.
Medidas de gestão pública
A meritocracia é uma das alternativas de avaliação da produtividade no setor público e, apesar de polêmica, será inevitável.
Educação
É um dos pilares para o desenvolvimento. Investir na educação básica e profissionalizante é essencial para o país. Essa é a bandeira da Federasul.
Quem veio ao Cacisc ao Meio-dia
Deputada estadual Zilá Breitenbach
Vice-prefeito de Rio Pardo, Jorge Panta Habekost
ACI de Rio Pardo, Juliano Radke
Presidente da Cacism, Luís Pacheco
Secretário do Planejamento de Candelária, Orlando Kochenborger
Secretário da Indústria e Comércio de Cachoeira do Sul, Ivan Peixe
Presidente da Abecon de Candelária, Carlos Gomes da Rosa
Secretário da Agência de Desenvolvimento de Rio Pardo, Dagoberto Meneses
Vice-presidente da Federasul, José Américo da Silva
Superintendente da Federasul, Eládio Brasil
Vice-Presidente da Fecomércio-RS, Antonio Trevisan
Prefeito de Cachoeira do Sul, Neiron Viegas
Secretário de Desenvolvimento de Cachoeira do Sul - Ivan Peixe
Diretor de Desenvolvimento de Cachoeira do Sul - Adriano Madrid
Vice-presidente de Indústria da Cacisc, Ricardo Vieira da Cunha
Vice-presidente de Serviços da Cacisc, Eduardo Ramos da Silva
Vice-presidente de Comércio da Cacisc, Antonio Bartz
Fonte: Cacisc e Jornal do Povo - Repórter Luis Bacedoni
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